domingo, 28 de março de 2010

A PALAVRA




Em meus lábios a palavra se parte.

Quebra-se, refaz-se.

Em meus lábios a palavra é arte,

Arte torta e mal feita

Que mostra, quando grossa

Que ainda não é tempo de colheita.

Mas eis que às vezes, só às vezes

Ela soa mais delicada

E, com a ternura de quem é amada

De sonho em sonho vira pensamento.

Palavras são vôos em dias nublados

E toda palavra é um acontecimento

Que semeado como que por invento,

Parte do pessoal para o infinito

Evoca espíritos, desperta desejos,

Move o mundo em mil direções.

Minhas palavras são pequeninos...

Pequeninos pedaços de tudo que há,

Como minúsculos flocos de neve

Que caem na brancura da totalidade,

Perdem-se na noite da cidade,

E só o que resta é o frio silêncio.

E minhas rimas são rimas obscuras,

Confusas, perdidas, afogadas

Colocadas entre uma ausência e outra

De uma sofrida pobreza rouca

Justificada apenas pelo sentimento,

Que escolhe as palavras sem outro intento

Senão o de amar.




ENCAPSULADA




.



Noite e chuva se misturam

Respingam fios miúdos

Escuros e úmidos

Caindo em transe

Tremeluzindo à luz

Trazendo as guias

Da melancolia fria

Que rodeia meus passos

Em voltas e contras

Vestindo a revelia

De cores esdrúxulas

As horas que arrasto

Quando colo meus olhos

Na névoa que encobre

Os vícios de antes

E resgato a imagem

Debruçada na memória

Encapsulada para não me perder.
Órfã








Quando escrevo

nunca sei onde chegar.

Percebo o ponto

ao ultrapassa-lo.

O excesso me equilibra.



Reflito-me nos



espaços vazios



entre os poemas.

Nunca nos versos.



Invejo a ausência,

somente o vazio não tem um dono.

O resto é criação de alguém.



Incansável,

procuro pelas palavras

que me inventaram.

Sou órfã de letras.



Desconfio da expressão correta,

do poema exato.

A escrita engana,

inexiste palavra verdadeira.



Como encontrar uma copia fiel?

Como imitar com perfeição?



Tudo que escrevemos e falamos

é imitação.

Só o silêncio é original.



sexta-feira, 26 de março de 2010

COMPLEMENTOS

Se palavras bastassem não precisaríamos da alegria dos belos sorrisos



Se sorrisos bastassem não precisaríamos do que revelam os olhares

Se olhares bastassem não precisaríamos da sutileza dos gestos


Se os gestos bastassem não precisaríamos do silêncio de um beijo


Se o silêncio de um beijo bastasse, não precisaríamos nunca dizer “eu te amo.”


No amor nada é o bastante e tudo é necessário!

Digitais da alma

As digitais da alma são apreciadas com a sabedoria observadora das pupilas em códigos e janelas. A intensidade da luz, após o mergulho sublime é medida nessa viagem de ida em minúcias... Quando o sábio desvenda a identidade é capaz então de perdoar, compreender, amar enfin sem sofreguidão ou arrependimentos...

O exercicio para análise das digitais da alma se adquirem com o tempo e a vivência...

Se um ancião , já, devido a idade não puder enxergar teus olhos...não se preocupe...é que os mais vividos já não precisam tanto assim da visão comum...posto que com o tempo passam a enxergar também pela alma...

Nesse caso, as digitais das almas dos semelhantes já pularam para fora do corpo, como um grito salta além das gargantas sem se contar a amídala!

Cid Cândido de Oliveira - Eremita Urbano = Marilia-SP

sábado, 20 de março de 2010

O MODO DO MEDO

Lara.




O MODO DO MEDO







Dá até medo


esse desejo pressentido,


essa nova possibilidade,


de repente, solta no ar. . .






Dá até medo


a indecisão na borda do precipício:


- no salto, a felicidade? -


quem nos irá segurar?






Dá até medo


esse oco no peito,


essa plenitude pressentida


e, quem sabe, escondida


num rolar de dados.






Dá até medo


todos os nossos medos,


todos os nossos erros,


todos os nosso desejos.


Todos os - imaginados - beijos,


todos os - possíveis - jogos.






Dá até medo


esse medo de ter medo.


Essa ausência


de audácia.


Essa vontade


- que nos enlaça -


e não mais passa.





- por JL Semeador -



Publicado no Recanto das Letras em 16/03/2010

Código do texto: T2141036

quinta-feira, 18 de março de 2010

TRAGA-ME PALAVRAS (por Semeador)


JL Semeador disse...


Lara, esta é a versão definitiva do poemeto que fiz, improvisando sobre um verso teu:



TRAGA-ME PALAVRAS






Traga-me palavras


Solte-as ao vento


Torne-as etéreas


Dê-lhes sol e alento.






Assim, as palavras voarão


Tornando-se pássaros libertos


Sopros de um intenso furacão


Do amor, os mais belos versos.






17 de março de 2010 04:07

Semeador

sexta-feira, 12 de março de 2010

SEMEADOR

JL Semeador disse...
Lara.


Plantar sonhos?
- Necessário arar nas estrelas
e semear esperança.
Nunca ser tristonho.
Crer em contos de fadas.
Ver o mundo feito criança.


- por mim mesmo, agora, vendo o que você escreveu no teu perfil do orkut-

quinta-feira, 4 de março de 2010

E QUANDO FALTAREM AS PALAVRAS...


E QUANDO FALTAREM AS PALAVRAS

Silencie
Não tente falar
Deus te quer em silêncio
Para vc não se machucar

Contemple o dia
Mesmo que chuvoso
Contemple a noite
Mesmo com lua nova

Não se importe com as estrelas
Olhe pra dentro de si
Faça uma prece
Deus também quer te ouvir

Se a tristeza vier
Deixe a lágrima cair
Não se espante com o mundo
Ele é assim...

E quando faltarem as palavras...
Procure quem vc ame
Olhe em seus olhos
Em plena madrugada

Deixe florescer o bem
Olhe para o mar
Sinta frio
Sinta calor
Mas sinta...

Viva mesmo assim
Pois quando faltarem as palavras
Seu coração fala por ti!


Larissa

VEM...







Um sentido que faça
Um amor que vem
A paixão que passa
O querer bem

As flores brancas
O reflexo da lua
A chuva que cai
O sol que aquece
O amor que vai

O meu EU querendo
A minha vida chamando
Vem...

Traga-me palavras
Cuida das minhas lágrimas
Vem...
Me dê a mão

Um beijo no rosto
Um sorriso...gostoso
Um gesto
Um lírio bem vestido



Simples é a tarde
O pôr do sol
Felicidade!

Eu quero o mais
O mais um pouco
O mais simples
O amor sutil

Eu quero a vida assim
Sem pretensão
Sem sobressalto
Só a vida
Nesse tempo
Nesse dia
Nesse precioso instante

Então vem...






Larissa

A PALAVRA TAMBÉM ACARICIA O CORAÇÃO!


Larissa

POR MUITAS VEZES DIGO QUE ESTOU AQUI
CERTAS COISAS ESTÃO EXATAMENTE ONDE DEVERIAM ESTAR
E EU ESTOU AQUI
A CERTEZA DA MINHA PRESENÇA PODE SER BEM SUTIL
SUTILEZA QUE VEM BEM DE DENTRO DE MIM
TRAGO ROTAS AINDA DESCONHECIDAS
CAMINHOS LONGOS A PERCORRER
MAS ESTOU AQUI
SEMPRE...
O AMOR QUE SINTO É BEM MAIOR
AINDA QUE O OCEANO ESTEJA DISTANTE AGORA
OUÇO AS ONDAS
SINTO MEUS PÉS MOLHADOS
O CÉU DE LUA
E EU QUERO A LUA SÓ PRA MIM
COM SEU BEIJO DOCE
DOCE...
UM BEIJO SEU
SOMENTE
E AGORA!


Larissa

POESIA




POESIA É A LÁGRIMA QUE CAI DA FACE E ADOÇA O MAR!
Larissa -01/03/10

O INÍCIO

Tudo começou pelas idéias e confesso que demorou até chegar ao papel. Depois de alguns anos, os papéis ficaram amarelados e resolvi digitar tudo. Então percebi que era muita coisa, muitos sentimentos, muitas flores e muitos espinhos.O incentivo que dava à minha mãe para publicar um livro, passou ser o meu incentivo.Nos meus escritos, por assim dizer, tem um pouco de tudo, um pouco da vida, falo da natureza, das coisas simples, sofisticadas, de mim, de alegrias, triztezas, decepções, drogas e vontade de ver pessoas cada vez melhores a fim de construir , ou reconstruir esse mundo para legá-lo a gerações futuras.Sou jurista e não advogada. Não advogo porque não é minha vocação. Adoro ler e estudar, por isso migrei para a área científica do Direito.A minha verdadeira vocação é ARTES. De todo tipo: Dança, teatro, Artes plásticas, música, fotografias!Sou do tipo de tem ALMA DE ARTISTA. Sou cheia de ideais e esse fato muitas vezes me leva à profundas decepções, mas também tem suas recompensas. Então fico com as recompensas!Tenho um propósito bem latente hoje: O COMBATE ÁS DROGAS. A Droga é um Câncer e não prejudica e mata só quem a utliliza, destrói também a família.Poesia, hoje para mim, é um modo de vida. Uma maneira que encontrei para descarregar sentimentos oprimidos. Então escrevo muito. Tenho poesias mirabolantes até as mais singelas.MÚSICA: ahhhh, a música, o que seria do ser humano sem uma melodia. Apesar de já ter feito piano, violão e flauta, não toco, mas gosto de ouvir as mais variadas canções e os mais variados artistas. Comecei a valorizar também a música sem rótulos. Sim. Aquele que seu vizinho compôs e você acha bonita, aquela que você compôs e gostaria de gravar. Eu, por exemplo tenho várias letras de músicas, só falta a melodia-por pouco tempo!O verbo desse blog é FAZER!Já deixei de ficar de braços cruzados a muito tempo. Sempre fiz. No meu tempo...mas sempre fiz!Consigo hoje, pensar 10 vezes antes de falar, pois posso magoar alguém ou minha fala pode ser fruto de uma mentira ou fofoca, então procuro cultivar a fala amorosa e deixar de lado a fala imprópria e inadequada.Por muitos anos analisei a palavra PERDÃO; e sinceramente acho muito difícil perdoar. Então arranjei uma saída: NÃO ME OFENDER! Dessa forma não preciso perdoar, porque não fui ofendida.Gosto muito de ler e estudar filosofia e ultimamente estou estudando doutrinas e religiões orientais.Apesar de não parecer, eu tenho uma tremenda habilidade para falar em público, principalmente com a platéia cheia. Quanto mais gente melhor.A DANÇA: é minha asa. Dançando consigo voar, plainar...Gosto de danças nas suas diversas formas, só não me convide pra dançar Funk.ARTES PLÁSTICAS: a pintura , seja ela qual for é o nosso retrato do dia. Gosto muito de pintar. Me relaxa e eu viajo nas cores. Gosto de Monet, Picasso e Portinari. Acho Da Vinci incrível, mas não faz meu estilo. Bem, adoro artistas desconhecidos, aliás são os que eu mais gosto.Quando a gente cresce, percebe que ser uma constante na vida é praticamente impossível. Nós somos seres de "altos e baixos", principalmente nos dias de hoje, onde as doenças mentais cresceram absurdamente. As pessoas hoje são tão preocupadas, correm de um lado para outro, as crianças sofrem de hiperatividade, ninguém tem gentileza no trânsito, ninguém tem mais paciencia.O mundo precisa urgente de uma palavrinha mágica chamada TOLERÂNCIA! A TOLERÂNCIA no meu ponto de vista, é a bola da vez desse século. E quando digo tolerância falo de sentido amplo. Tolerancia no trânsito, no trabalho, dentro de casa, ao telefone, com amigos, com estranhos, com a natureza, com o planeta, com VOCÊ! Sim. Temos que ser tolerantes com nós mesmos também. Se eu não consigo ser tolerante e amável comigo mesma, como conseguirei ser com quem está ao meu lado?É isso, aos poucos todos que entrarem ou participarem desse blog irão me conhecer um pouquinho melhor e o mais importante, se esforçarão para ser pessoas melhores.COMO NÃO POSSO MUDAR O MUNDO, VOU COMECAR PELAS PESSOAS!Larissa