Desenha-se o silêncio no horizonte tardio,
raiado de finos oiros do astro mor,
e seu contorno ora esgrime-
e noutras voltas oprime -
aquela que o olha emornecida de profundo e alvo amor.
Ó noite que te aconchegasem seus braços frios e dormentes,
responde-lhe, se é que podes,
com que fins tu sobes como cinzelada ermidade
sonhos e ilusões ausentes.
Pudessem as estrelas contar-te!...
Mas seu feito é de tal grandeza,
que bocas mil se espantam
outras tantas se encantam no exemplo feito vida,
na dor feita firmeza.
Quantos soluços são abafados nas horas que em ti se estendem?
Quanta ânsia amordaçada,
quanta lágrima ocultada,
nesta tua tarde esmorecida.
E quão poucos os que isto entendem:
pior do que morrer na morte,
é a dor de sofrer a morte em vida.
com carinho, Larissa-24/05/2009