sábado, 21 de agosto de 2010

CERNE


POR VEZES INCOMPREENDIDO
EM QUE A BRISA MATINAL
OFUSCA O REI SOL SEM MOTIVO
LÁ SE INSINUA O SURREAL

É QUANDO O POEMA ESTÁ ALTIVO
AO VERSEJAR SEM FINAL
EM CADA TRONCO DISTORCIDO
NUM REVELAR SEM IGUAL

ASSIM É O POETA DESPREOCUPADO
QUE TEM PRESSA NAS ESCOLHAS
DE PERFUME SENIL E AMADEIRADO

PALAVRAS ESCOLHIDAS NO CERNE
NUM INSIGHT COM SEIVA DE VIDA
PROJEÇÃO DE SOMBRA SEM EPIDERME
CUJA CASCA LEVA A RAIZ ESCANDIDA

DECIMAR BIAGINI

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

MANACIAIS DE CONTEMPLAÇÃO

Corremos por um caminho
Namoramos nas estrelas
Escrevemos um pergaminho
Completamos frases belas

Ah! Nós os tão sonhadores
Nos matamos tão devagarzinho
Vítimas de nossas próprias dores
Algozes de nosso mútuo carinho

Incorrigíveis, de variáveis humores
Velozes na cognição após o vinho
Tão incríveis, alunos e professores
Vozes de divagação num só alinho

Neste jantar com salmão fomos atores
No tecer da pura seda e nobre linho
A contemplar o coração de sucessores
A esquecer da amargura com desatino

Decimar Biagini
Calado o vento sussura ao meu ouvido: O silêncio é ó melhor lugar para se ter barulhos... a alma cala e só.

Celtic Legends - Scotland the brave

O SONHO


Acordei com um fragmento de meu sonho raro
Que encheu de luz o momento de meu calvário
Muitas vezes, ao negar-me o prazer do sono
Estava Deus, Jesus, no manto de um escapulário

Muitos meses, ao tentar me dizer de plano
Que o corpo é uma harpa de minha alma
Lóbulos meus, conduziam pranto perdulário
Ingleses, ao explicar em científico engano

Acham pouco, uma farpa que não traz calma
E os ateus, no leito de morte chamam seu dono
E o louco, fala com seres de luz sem trauma
Se é Deus, o pleito é forte, então eu o chamo

Decimar Biagini

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

QUANDO A POESIA ACORDA SEM SONO

Parecia estar esquecida ontem à noite
E, no entanto, esperou pela manhã
E sorria a sonhar adormecida em açoite
E em pranto, implorou por chibata sã

Decerto a poesia deve apanhar do poeta
Para que aprenda quem é seu nono dan
Decerto há ironia na surra incompleta
Para que se renda o dono frente à cortesã

Então que a poesia logo se desperta
Para que a luz surpreenda a frase irmã
E o vão da idolatria já sem descoberta

Ampara e seduz o poeta pela manhã
E nessa página se amplia obra incerta
Prepara e produz completa alma anciã

Decimar Biagini

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A LINGUÍSTICA E A ESSÊNCIA

Esse estudo fulcral evolutivo
Cuja tese central sou eu mesmo
É meu lúdico mal e lenitivo
Contradição natural que versejo

Entre um gole e outro de amargura
Cujo gotejar de lágrimas no cerne
É um misto de revolta e ternura
É o aproximar das ilhas sem leme

Decerto que ser poeta é navegar
Sem mapa por águas desconhecidas
Tão perto que acarreta ao observar

Um karma de mágoas despercebidas
Aberto em sua meta ao versejar
O magna escorre pelas poesias vividas

Decimar Biagini

A VÁLVULA DE ...

Poeta é uma fuga
Do mundo convencional
O poeta enxuga
A lágrima surreal

Poeta não muda
O verso é sempre igual
O poema que o acuda
Nesta lingüística desleal

Decimar Biagini

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

TE AMO FILHO!

Hoje eu queria sair da ciranda da vida e brincar de carrossel no parque!

                                                                                              Larissa Vaz Fadel

EXISTÊNCIA

sábado, 14 de agosto de 2010

bem curtinha...


"Deus age bem quiétinho, num silêncio justo, verdadeiro e sereno, porque política é algo inventado por sua criatura demasiadamente humana!" ( Cid Oliveira - Marilia-SP).

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

FOI E SERÁ

Ela era como o texto não lido
Como o cálice sagrado escondido
Como a mulher que não havia tido
Ela era o álibi para o crime concebido

Ela era o pretexto ainda não escolhido
Não era qualquer sentimento conhecido
Ela era o contexto de um poema vivido
Venha o que vier, ela será o amor sentido

Decimar Biagini

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

SONETO LIVRE AO ESQUI DA VIDA



Amante das alturas intangíveis
Espia por vales e nevascas do amor
Mandante das solturas em declives
Esquia por males no Alaska sem temor

Como poderia estar tão perto, tão perto
Ao passo que a liberdade se distancia
E sua alegria ficar decerto no deserto
No vazio de sua verdade, desde a infância

Na solidão de sua contraditada alma
Sofre e se diverte, no frio da existência
E o coração da alma lavada, em trauma

Se perde e se reverte, no vazio da vivência
E a murmuração versejada a lhe trazer calma
Se despede na verve, no vácuo da sapiência

Decimar Biagini

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O SENTIDO E O ALCANCE DO SONETO LIVRE

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Se o poeta tivesse o dom da clarividência
Adivinharia por onde percorreria o leitor
Mas o verso lido, seria mera coincidência
Que limitaria e compartilharia uma só dor

A leitura viraria sentimento ou sapiência
O poeta então poderia ser taxado de ator
Loucura sem sofrimento e sem vivência
Incompleta então seria sua arte sem amor

Eis que não surgiria a faceta ideal e saborosa
Sua mentira não enalteceria nobres emoções
E não se extinguiria todo o mau na sua prosa

Em suma, tanto o leitor quanto o puro poeta
Devem ser pegos com os olhos encantados
Só assim, com mútuo amor, a obra se completa

Decimar Biagini

domingo, 8 de agosto de 2010

JANTAR SEM TI

Cada vez que tracejo
A rota de meu desatino
Surge num relampejo
A solidão que lastimo

Cada vôo em saudade
Que ao amar me imagino
Cessa pela ansiedade
No verso que eu arrimo

Cada poema de verdade
Cuja poesia fica presa
Fica no peito que arde

Uma frustrante tristeza
Agora já é muito tarde
Melhor recolher a mesa

Decimar Biagini

PAI

Tu que contempla a eternidade
Talvez nunca tenha refletido
O que é ser pai na pura verdade
Talvez o tempo fez-te esquecido

Tu que andas beirando o infinito
Ao ver teus filhos na mesa farta
Talvez não aches este poema bonito
Em retrospectivas que a vida descarta

Vim lembrar-te da tua importância
Para que possas parar o vagão do tempo
E nesse desencarrilhar lá da infância

Haja uma reflexão em teu pensamento
Homem simples, sem muita ganância
Cujo coração pulsa o sangue de meu alento

Decimar Biagini

sábado, 7 de agosto de 2010

Assim...

As vezes respiro um ar que nem eu mesmo sei o quanto sopro por incapacidade de entender minha liberdade plena!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O ÚLTIMO VÔO LIVRE


O ÚLTIMO VÔO LIVRE

Eu percorri algumas linhas
Até encontrar um afago
E morri nas agruras minhas
Ao deslizar pelo abismo vago

Na queda livre avistei algo
Que não resolvi na infância
E a angústia que já não amargo
Diluiu-se em pura sapiência

Pena que não tive tempo
Era tarde demais para viver
E num último pensamento
Chorei antes de morrer


Decimar Biagini

Se de todos os meus gritos nenhum resumo de umísero eco restou, faço o dobro de fôlego para tentar algum que seja mais forte! Não havendo ainda assim resultado para os tantos surdos, passarei a gritar em silêncio, em centenas de palavras agudas, feito punhais voadores em busca de um só objetivo...furar os tímpanos de quem ouve o que se lê!

Cid Cândido de Oliveira - Eremita Urbano - Marilia - SP
Marilia, 06 de agosto de 2010.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O TEATRO DA EXISTÊNCIA


Participo de uma peça
Cujo ensaio
Não é uma promessa
De soslaio
Na cortina que fecha

Nem mesmo a curvatura
Do artista aplaudido
Nem mesmo a fissura
Do viciado ou bandido
Que rouba sem lisura
O mocinho tão querido

Nem mesmo a escritura
De um roteiro empreendido
Pelo artista que procura
Decorar ligeiro e jaz esquecido
Na entrevista sem cultura
De um entrevero sortido
De jornalistas em tortura

Participo de uma peça
Cujo ensaio
Não é uma promessa
De soslaio
Na cortina que fecha

Essa peça, é a vida
Um trem de partida
Em trilha desconhecida
Em cartaz já batido
Da filosofia desprovida
De responder o finito
À platéia entretida

Decimar Biagini

O INÍCIO

Tudo começou pelas idéias e confesso que demorou até chegar ao papel. Depois de alguns anos, os papéis ficaram amarelados e resolvi digitar tudo. Então percebi que era muita coisa, muitos sentimentos, muitas flores e muitos espinhos.O incentivo que dava à minha mãe para publicar um livro, passou ser o meu incentivo.Nos meus escritos, por assim dizer, tem um pouco de tudo, um pouco da vida, falo da natureza, das coisas simples, sofisticadas, de mim, de alegrias, triztezas, decepções, drogas e vontade de ver pessoas cada vez melhores a fim de construir , ou reconstruir esse mundo para legá-lo a gerações futuras.Sou jurista e não advogada. Não advogo porque não é minha vocação. Adoro ler e estudar, por isso migrei para a área científica do Direito.A minha verdadeira vocação é ARTES. De todo tipo: Dança, teatro, Artes plásticas, música, fotografias!Sou do tipo de tem ALMA DE ARTISTA. Sou cheia de ideais e esse fato muitas vezes me leva à profundas decepções, mas também tem suas recompensas. Então fico com as recompensas!Tenho um propósito bem latente hoje: O COMBATE ÁS DROGAS. A Droga é um Câncer e não prejudica e mata só quem a utliliza, destrói também a família.Poesia, hoje para mim, é um modo de vida. Uma maneira que encontrei para descarregar sentimentos oprimidos. Então escrevo muito. Tenho poesias mirabolantes até as mais singelas.MÚSICA: ahhhh, a música, o que seria do ser humano sem uma melodia. Apesar de já ter feito piano, violão e flauta, não toco, mas gosto de ouvir as mais variadas canções e os mais variados artistas. Comecei a valorizar também a música sem rótulos. Sim. Aquele que seu vizinho compôs e você acha bonita, aquela que você compôs e gostaria de gravar. Eu, por exemplo tenho várias letras de músicas, só falta a melodia-por pouco tempo!O verbo desse blog é FAZER!Já deixei de ficar de braços cruzados a muito tempo. Sempre fiz. No meu tempo...mas sempre fiz!Consigo hoje, pensar 10 vezes antes de falar, pois posso magoar alguém ou minha fala pode ser fruto de uma mentira ou fofoca, então procuro cultivar a fala amorosa e deixar de lado a fala imprópria e inadequada.Por muitos anos analisei a palavra PERDÃO; e sinceramente acho muito difícil perdoar. Então arranjei uma saída: NÃO ME OFENDER! Dessa forma não preciso perdoar, porque não fui ofendida.Gosto muito de ler e estudar filosofia e ultimamente estou estudando doutrinas e religiões orientais.Apesar de não parecer, eu tenho uma tremenda habilidade para falar em público, principalmente com a platéia cheia. Quanto mais gente melhor.A DANÇA: é minha asa. Dançando consigo voar, plainar...Gosto de danças nas suas diversas formas, só não me convide pra dançar Funk.ARTES PLÁSTICAS: a pintura , seja ela qual for é o nosso retrato do dia. Gosto muito de pintar. Me relaxa e eu viajo nas cores. Gosto de Monet, Picasso e Portinari. Acho Da Vinci incrível, mas não faz meu estilo. Bem, adoro artistas desconhecidos, aliás são os que eu mais gosto.Quando a gente cresce, percebe que ser uma constante na vida é praticamente impossível. Nós somos seres de "altos e baixos", principalmente nos dias de hoje, onde as doenças mentais cresceram absurdamente. As pessoas hoje são tão preocupadas, correm de um lado para outro, as crianças sofrem de hiperatividade, ninguém tem gentileza no trânsito, ninguém tem mais paciencia.O mundo precisa urgente de uma palavrinha mágica chamada TOLERÂNCIA! A TOLERÂNCIA no meu ponto de vista, é a bola da vez desse século. E quando digo tolerância falo de sentido amplo. Tolerancia no trânsito, no trabalho, dentro de casa, ao telefone, com amigos, com estranhos, com a natureza, com o planeta, com VOCÊ! Sim. Temos que ser tolerantes com nós mesmos também. Se eu não consigo ser tolerante e amável comigo mesma, como conseguirei ser com quem está ao meu lado?É isso, aos poucos todos que entrarem ou participarem desse blog irão me conhecer um pouquinho melhor e o mais importante, se esforçarão para ser pessoas melhores.COMO NÃO POSSO MUDAR O MUNDO, VOU COMECAR PELAS PESSOAS!Larissa