Os caminhos por onde você passou se encheram de flores. E os que ainda não percorreu, aguardam ansiosos pela sua passagem...
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
A LUZ DO ANO NOVO
É possível purificar o ano
Para criar mais prosperidade
Não se sacrificar a todo pano
A desperdiçar sua liberdade
Deixe o seu verdadeiro eu
Dispersar toda a introfelicidade
A força vital do universo seu
Está além dos fogos e da amizade
Das superstições em peças íntimas
Das devoções aos santos e divindades
Está nas emoções mais lídimas
E nas prospecções de sua verdade
A virada do ano é o marco para a renovação
Para existência plena de energia e alegria
Está no calor humano da simples união
Ou no retiro para encontrar sua sintonia
Se seu ano foi vitorioso, tome cuidado
Pois as vitórias não trazem sabedoria
Se seu ano foi ruinoso, busque aprendizado
Esteja disposto a assumir riscos
Mesmo que não tenha nada a perder
Leve os rituais e acessórios como obeliscos
E atente-se na purificação do seu ser
Decimar Biagini
">
sábado, 18 de dezembro de 2010
OS SINOS DE NATAL E O XADREZ DA VIDA
Pai? Posso bater o sino
Não menino, vai se atrasar para a ceia
Mas pai, sou só um menino
Terei várias ceias para passar com a família
Tudo bem rapaz, faça o que der na telha
Mas seu pai está doente e não terá mais uma
Esse fogo de natal para mim é a última centelha
Pai? Socorro, o pai caiu, chamem um médico
Meia noite o menino toca o sino, missa de sétimo dia
Seu pai estava com câncer e era diabético
Não fazia tratamento para aquela sina, por pura teimosia
Decimar Biagini
O XADREZ DA VIDA
Algumas respostas
Só vem com o tempo
Grandes apostas
No xadrez do pensamento
Já fui peão, queixei-me ao bispo
Já coloquei o rei em risco
Já fodi rainha na torre preta
Já sorri orando na torre branca
Já perdi poetando sem caneta
Já venci improvisando poesia santa
Então resolvi jogar xadrez
Com as peças da rima viciante
O que percebi dessa vez:
"Todos vão para a caixa no mesmo instante"
E vou dizer uma coisa para vocês
Para um peão, isso é tão confortante...
Decimar Biagini
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
O RETORNO AO BAR DO ESCRITOR
Avistei algumas águias comigo
Em uma esperança vagalume
Parei de observar meu umbigo
Deixei de escrever poesia
Larguei a rima viciante
Foi-se então minha alegria
Em buscar o poema triunfante
Fiz um passeio na abstenção
Apenas observar escritores em silêncio
Tudo que senti foi a solidão
E sequer do leitor tive um lenço
Então a lágrima caiu no chão
Agora que retorno à poesia
Senti um vazio mais profundo
Não era isso que eu queria
Ser apenas uma alma no mundo
Alma errante e nada talentosa
Que relata sentimentos corriqueiros
Numa estante de prosa
Chamado de Bar pelos Orkuteiros
E aqui estou, triste e solitário
Pedindo mais uma dose de amargura
Nada restou, além do meu calvário
Sou mendigo do elogio, a vida é dura
Decimar Biagini
sábado, 27 de novembro de 2010
NUANCES DE UM TRAFICANTE
E se eu tomasse este rumo?
E se eu fumasse este fumo?
E se eu usasse só para consumo?
E se eu vendesse só o sumo?
E se eu contratasse uns caras?
E se eles vendessem para mim?
E seu comprasse umas armas?
E se nos devedores desse um fim?
E se eu comprasse os políticos?
E se eu extorquisse a comunidade?
E se eu fosse terrorista em momentos críticos?
E se eu lembrasse quem eu sou de verdade?
Humano? Não, agora é tarde demais
Sou uma dúvida encarcerada
Jogado em Catanduva com meus iguais
Decimar Biagini
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
A BRAVURA
Um dínamo
Energia gerou
De nada adiantava
Ser forte como um touro
Se abúlico aparentava
Sem força, sem estouro
Esta vontade que hoje busco
Para ter o auto-domínio
Libertar o ser que ofusco
Sem provocar auto-extermínio
É que o enérgico só se aplica
Ao caráter do ser combatente
Ser desrespeitoso não se explica
É preciso ter a idéia latente
O homem de caráter forte
Reencontra o hábito de ser dono de si
Em mim encontrarei o norte
Tomando meu curso daqui até o fim
Decimar Biagini
domingo, 21 de novembro de 2010
OS VOTOS DO NOIVADO
Amar e ser amado
Território hoje descoberto
Ser amado por ti, é meu alento
Hoje estou com coração aberto
A sentir tua alma em meu pensamento
Manterei o olhar sempre atento
Confrontando a calma deste sentimento
Pois admito ser um pouco ciumento
Para apimentar o que nutro no momento
Chamem de delírio ardente
De pureza celestial ou delírio insano
Sou teu amigo, teu amado e teu amante
Quanta beleza ao final deste ano
Tornei-me noivorido num instante
Lemos 1 Coríntios 13* de joelhos na igreja
Em troca de alianças triunfante
Votos proferidos e que assim seja
A devota lembrança da sintonia brilhante
Se amar é viver sem despertar de um sonho
Contigo quero ter o sonhar pleno que proponho
Na cama da vida adormeceremos cantando
Tendo nossa guarida ao envelhecermos sonhando
Decimar Biagini
________________________________________________
*
"1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos,
e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios
e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que
transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria."
sábado, 13 de novembro de 2010
O RETORNO À VOLÚPIA DA POESIA
Larguei a poesia
Paulatinamente
Loucura eu diria
Sob o prisma
Do esquecimento
Ou na cisma
Com o meu momento
Sem a brisa
Do encantamento
Ignorei meu dom
Por rudes trabalhos mentais
Desliguei o som
De memórias ancestrais
Em seráficos olhares
Sobrevoando sobre mananciais
Observei avatares
Em conveniências abissais
Nada vi além do vulgo inconsciente
No idílico galope eleitoral
Larguei mão de ser poeta e virei gente
E tratei de fazer o banal
Abstive-me da verve
Que me jogava em poesia sideral
Uma só estrela não serve
Diante do prisma existencial
Tornei-me um autômato
Fantoche capitalista famigerado
Para alimentar o estômago
Do consumismo exacerbado
Refiz o trajeto das dívidas
Obrei como ser comum
E pelas faturas distribuídas
Tornei-me apenas mais um
O mercantilismo então se justificaria
No espúrio abusivo de meu rum
Ópio de quem larga a idolatria
De quem escrevia o poema nu
Mas houvesse de fato
O estúpido fanatismo de poeta
E perdesse aquele barato
De escrever obra serena em mente aberta
Morreria paupérrimo de cultura
Numa divinização acomodada e patética
Tentando ser estrela antes da sepultura
Esta gripe, taxada de poética
Que encontrei na febre da globalização
Que fez da internet a luz profética
De idolatrar o poeta na mesma encarnação
É a obra encarada sob a severa crítica
Aquela cujo algoz é meu próprio coração
Desprovida de hermenêutica analítica
Cujo desbravar é o amor pela improvisação
Para concluir na transcendência desse fenômeno
Que me tornou o mais severo concorrente
Daquele que leva como Decimar Biagini o pseudônimo
Suprimindo um Silveira menos indulgente
Deixo nessa obra uma tarefa nada espartana
Rebelde de métrica, mas fiel ao retórico estilo
Liberdade poética, de transparência mundana
Cuja grande dialética, é a autenticidade do brilho
Vento que me varre, em folhas de ilusões
Viva ardência no encantamento do improviso
A buscar a mesma sintonia em distantes corações
Mesma vivência sob o firmamento do lirismo
Junção de afinidades na leitura de projeções
Minudenciar de profundas raízes poéticas
Ideias súbitas na espontaneidade de explosões
Erupção latente e pervicaz, sem aspirações léxicas
Decimar Biagini
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
NUTRIÇÃO DA ALMA
A palavra mudança
Gera desconfiança
A palavra sucesso
Leva ao progresso
Quando acordar
Olhe no espelho
Tente se amar
Com mais esmero
Faça uma lista
Trace metas
Foco na conquista
E em escolhas certas
Fuja dos pensamentos
Quando negativos
Evite alguns momentos
Meio dispersivos
Esqueça os sentimentos
Receosos e destrutivos
Cultive seus alimentos
E torne-os nutritivos
Decimar Biagini
sábado, 30 de outubro de 2010
A ETERNA BUSCA
A essência do poeta
Não apenas relatar
Experiência ou meta
Nessa terra não há
Ninguém comparado
Tudo está onde está
Nada está ao meu lado
Desculpai-me leitor
Pela prepotência
Meu verso não terá dor
Sequer benevolência
Não é um relato
Do mestre silencioso
Não é algo exato
E sim algo pretencioso
É o grito sufocado
Sem tom espirituoso
Não é um recado
Ou criticar sulfuroso
É a busca do meu eu
Num lugar auspicioso
Lá onde o tempo esqueceu
Um poeta vitorioso
Decimar Biagini
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
sábado, 23 de outubro de 2010
SOTURNO E SALUTAR
Visitei soturnos brejos existenciais
Tomei na regressão o veneno lisérgico
Avistei rumos em relampejos não usuais
Libertei a criança que esqueceu de crescer
Ela corria feliz ouvindo coaxar de sapos
Ela tinha todo direito pois nasceu para morrer
Então o que fiz foi vindo a juntar trapos
E nesta colcha de retalhos o destino pude ver
A minha necessidade de abandonar
Atitudes negativas dispersas no versejar
Vinha em ansiedade sem gosto no olhar
Virtudes positivas foram renovadas ao viajar
Redundante verdade sem imposto a pagar
Agora vim relatar a você leitor de trajetórias
Para que possa libertar suas características mentais
E possa analisar as crenças em tarefas inglórias
Vá ao passado, visite seus brejos existenciais!
Decimar Biagini
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
SOLO DE AMOR
Cala a terra arada no pó
Espera a chuva no seu lugar
Quimera que fica na solidão
Ao relento dois destinos
E um só coração.
Harmonia que tira a guerra
Gira no amarelo do girassol
Planta semente e alento
Deixa vestígios na memória do vento
Antes que o sol acorde
Lembra a saudade da noite fria
Sinta brotar o pranto
Que rega a planta de calmaria
Inunda a terra de verde
com os olhos teus
pinta de vermelho as flores
com os desejos meus
Faz solo fértil com a boca tua
Semeia o ventre e a canção
Descansa no orvalho da terra crua
Colha minha doçura com tua mão
Canta vontades antes temidas
Que eu canto a imensidão
Faz poema que risca o céu
Contorne meu corpo com pincel
Traço de bem querer
Deitada na terra nua
Só tua eu quero ser!
Larissa Fadel
terça-feira, 19 de outubro de 2010
A ARTE DE MORRER
Essência da vida.
Alma eterna.
Mistério definitivo,
Inexprimível,
Indefinível.
Resp
Pergunta irrespondível
Milagre da mente
A arquitetar perguntas que desaparecem
E no saber, a experiência existencial
A semente cresce
Botão de rosa que sabe como abrir
E o conhecimento divaga
Nas raízes da mente
Na sabedoria
Você não é mais
Dentro do inexplorado
Interior da Existência
Viável à mente
Somente o silêncio
Nenhuma pergunta,
Nenhuma resposta,
Íntima sensação sem palavras
Só o incomunicável
Espada para cortar pensamentos
E todas as respostas
Escutar de corpo e alma
Os dois infinitos
Sonata de Beethoven
O coração em nostalgia
Mesmo com rota definida
Ninguém sabe onde está
Na Auto estrada da multidão
Todos estão na mesma posição
Indo a lugar nenhum
Mas na mesma direção
E então você fica só
Sua solidão total
É necessário morrer,
Cair pra renascer
Nas fontes infinitas de vida
É a arte de morrer
Cair para o coração...
Onde não há marcos de referência
Cair num abismo
Caída de amor
Uma queda
Mas caminho sólido não há
O coração não está cartografado.
O coração treme de medo
Quebrar paredes de pedra,
Libertar-se do rochoso pensamento;
Dogmas, preconceitos.
Libertar-se da prisão
Ter uma certa descontinuidade
Olhar pra trás
E Morrer...
Sentir que foi como um sonho
Uma história que jamais fora sua
E Nascer!
Larissa Fadel
domingo, 17 de outubro de 2010
DOIS ANOS DO BLOG
Já fiz duas mil terapias em forma de poema
De lá para cá muraram meus planos
A poesia tomou conta de minha pena
O tinteiro que hoje carrego é sangue
Vejo o pulsar dele em meus poemas
As vezes sou um caranguejo no mangue
A andar de lado fugindo dos problemas
Este andar de lado, cujo digitar acalma
Em linhas horizontais que carregam a alma
São hoje meu legado, dois anos sem trauma
Decimar Biagini
http://decimarbiagini.blogspot.com
sábado, 16 de outubro de 2010
Remendada
acabou chorando
o riso que passeava solto
nem enxugou o pranto
Chorava como alguém que partia
sentia a lembrança vaga de alegria
ao longe avistava a tarde de calmaria
mas tinha medo da noite que longa viria
engolia palavras que não rimava
caminhava atrás para não tropeçar
bebia o vinho e calava
não tinha mais viço no olhar
era só um remendo qualquer
em outros tempos belas tardes
em outros dias belos dias
mas hoje só um remendo de mulher
E a história termina como o dia que não quer amanhecer
e a história começou com juras de eterno bem querer
ironia?
Não!
só remendo em horas do agora que não quer
só tristeza que chora a alma de uma doce mulher!
Larissa Fadel
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
IMAGEM VINDA AOS OLHOS CEGOS
Caminho trilhando um deserto
pés descalços
boca rachada
O silêncio ecoa dos quatro cantos
e quatro vidas me vem na lembrança
Já quase sem forças
me apego na saudade
caio e volto meus olhos para o céu
levanto-me e suavemente tiro o véu
não vejo o oásis
Vejo o que pedi
Eu e vocês
vindo na minha própria direção
amores dos meus olhos
imagem da verdade
miragem de minha oração!
Larissa Fadel
PORTA ABERTA
Em plena primavera
com olhos na amplidão
rego versos e poemas
pra pulsar meu coração
Tendo rimas tão serenas
caminho ao lado do azul
vou contando teus sabores
e lembrando lá do Sul
Nessa viagem de improviso
não deixei nenhum alerta
Fui onde o instinto me liberta
e deixei a porta aberta!
Larissa Fadel
domingo, 10 de outubro de 2010
PONTO E VÍRGULA OU PONTO FINAL?
Que nada se perde
Na encarnação obtida
Então digam-me os sábios
Tirem de mim esta febre
Onde me encontrei nesta vida?
Dizem alguns alfarrábios
Que nada se leva
Que contradição danada
Então me digam os sábios
Se a alma se conserva
Como não se leva nada?
Tudo passa e tudo fica
Já disse alguém em algum lugar
Contradiz-se quem explica
Ou diz amém ou vai sem rezar (;/.?)
Decimar Biagini
O IMPÉRIO DO AMOR
A vida passou avulsa
Quase nada na memória
Senão o amor pela Musa
Posso dizer que conquistei
Algumas coisas de valor
A família onde me criei
E o diploma de doutor
Tanta coisa que eu deixei
Não levo o poder como clamor
Se a você, noiva, me confiei
É porque lhe tenho amor
Também tenho os poemas
Os leitores e as trajetórias
Terapias de meus dilemas
A relatar minhas histórias
Não quero mais ser amigo do Rei
Largaria os poemas e o diploma
Pelo amor que hoje conquistei
Maior até, que o império de Roma
Tanta coisa que eu deixei
Não levo o poder como clamor
Se a você, noiva, me entreguei
É porque lhe tenho amor
Decimar Biagini
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Seu beijo...gosto de vinho
misto de amor
em tom roxo e lilás
de rosa e liziantus
é o beijo que queria agora
Vinho tinto
Perfume das flores
marcando um momento
que esperei ser tão especial
Deito-me sozinha
não tem o beijo
embriago-me!
Larissa Fadel
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
NÃO TENHA PRESSA NA PROMESSA
O preço da liberdade
O preço das escolhas
O preço da sinceridade
O preço das coisas tolas
O preço da confiança
O preço da honestidade
O preço da aliança
O preço da mensalidade
O preço da bonanza
O preço da oralidade
Qual o preço de toda esta dança
para quem promete sem amar de verdade?
Decimar Biagini*
atendendo sugestão de Larissa Fadel
terça-feira, 5 de outubro de 2010
BUARQUEANDO
Eu te amo apesar de você
No Cotidiano fora de hora
Bebendo vinho no cálice afastado
Quero olhos nos olhos nessa roda viva
Quero a Construção do que será
Quero acalanto, a volta do malandro
O meu amor, Meu caro amigo,
Ficou na tatuagem
Ficou na foto da capa
E foi com João e Maria
Ver a Banda passar
A moça do sonho
As mulheres de Atenas
A mais bonita
Vai passar nas vitrines
E cada clarão é um novo dia
Um novo dia de tanto amar
Danço Fado tropical
com a ostra e o vento
Sou a noiva da cidade
Mulher de cada porto
Com seu único vestido
Cada dia mais curto
Vivo assim
Esse amor de folhetim
Lendo almanaque de futuros amantes
Nessa louca embarcação
Te peço pra deixar em paz meu coração
Pote de mágoa
Abandono
Gota d’agua!
Larissa Fadel
ANIQUILANDO SONHOS
Mói o verbo no compasso da decepção
Inspira o vento
Decepciona o tempo
Roda a vida com se fosse um pião
Canta o mundo nas cordas do violão
Assento em prosa, verso e poesia
o que chamariam de canção
Eu sou esse sangue inspirador
Eu sou o verbo da tua dor
Eu sou a decepção, o seu amor
Sou a roda
Sou a corda
sou o canto
Sou tudo em você e mais nada em mim
Aniquilou meus sonhos
Adormeceu
Morri
Só não perdi o doce sabor de jasmim!
Larissa Fadel
domingo, 3 de outubro de 2010
DESTINO
Provo teu amor com sabor
Não há nada mais simples do que isso
O momento!
Ao cair, meus pés apenas sentem algodão
Correr o mundo
Velocidade de um pensamento
Quente
Intenso
Luminoso
Que me fales ao ouvido
Bem baixinho ao pegar nas tuas mãos
Por que o tempo existe?
Doces, suaves, sinceros...
Definições dão lugar a sensações
Fogo do seu olhar
Traço único de vida
Nascendo nosso amor
Folheio um livro de capa grossa
Na última página do livro
As vidas se unem
Frutos de amor
Aquece meu coração
Fecho o livro
Fecho os olhos
E leio escrito em letras douradas
DESTINO!
NECESSIDADE
Há uma sede latente na alma do poeta
Sede que a água não mata
No deserto mora essa alma
Ela precisa do oásis
Somos a luz que brilha de mansinho
Somos o cosmos
a imensidão
somos esse deserto
somos essa ilusão
Por ela matamos
Por ela respiramos
Por ela amamos
por ela transpiramos
Transpira a alma do poeta
Difícil traduzir esse suor
Ele é morte
Ele é vida
É um porto
È minha vontade
Sou poeta de sede eterna
O poema é meu oásis
Vivo no deserto com minha sede
Ela é minha eterna necessidade!
Larissa Fadel
COBRANÇAS SUBJETIVAS
Ergui meu império
Com vozes serenas
Desvendei mistérios
O supremo brado
Na luz que cantou
Tornou-se abafado
Pela saudade que ficou
Em mundano inferno
Cobro o melhor dos versos
Em existencial inverno
Sopram sôfregos manifestos
O céu puro e azulado
Na colheita almejada
Causa-me um fado
Quando a rima é forçada
O que tenho dentro d”alma
É ansiedade criativa
Nem sempre encontro calma
Na verdade subjetiva
Sabes tu? Leitor de entrelinhas
Onde se perdeu o poeta?
Em verdades nem só minhas
Espalhadas em frases abertas
Decimar Biagini
EM QUE PENSAR NA HORA DO VOTO
E a água? Esqueça a água, vote fedido
E o teto? Esqueça o teto, seja mais um
E o país? Esqueça o país, vote no bandido
E o salário? Esqueça o salário, vote no patrão
E os olhos? Feche os olhos, seja destemido
E a reflexão? Não pense, vote com a cola na mão
E o destino? Pense no agora, no cargo auferido
E o título? Não precisa, o importante é o dedão
E o desatino? Não sonhe, pense no que está garantido
E a dor? Foder-lhe-ão, assim como a receita e o leão
Decimar Biagini
sábado, 2 de outubro de 2010
POR QUE UMA NOVA CHANCE?
Quero dar-te novo amor
Quero ser teu novo abrigo
Quero pintar-te noutra cor
Quero ser teu fiel amigo
Sei que mereces nova chance
Confiastes tua história a poucos
Ânsias infinitas noutra nuance
Que jogastes na glória desse louco
Agora que estamos noivos
Que entre flores torna-se rosa musa
Com amor trilharemos rumos novos
Saberemos que roupa a felicidade usa
Decimar Biagini
CAMPOS
Um sonho de silêncio
Que grita na minha alma
Ensurdece
cala
A voz que anda ao lado
Não sabe que somos nós
Que criamos
Vingamos
Ardemos
Vou saltando os teus versos
vou contando minha rima
Transpiro-te a cada instante
E esse instante me alucina
Entardece nossos sóis...
Passo os dedos em flores vivas
Ouço o som do querer bem
E entre campos e olhares
Caminho na tua língua
em direção do eterno além.
Larissa Fadel
A poesia não está em minhas mãos
há quem diga que tenho talento
há quem não goste
há quem já se esqueceu
Esqueceu que aqui dentro pulsa uma doçura
uma doçura até infantil
Esqueceu que essa infantilidade faz parte do meu eco
e ecoa a mais linda melodia
Eu ouço o som dessa canção
eu vejo os olhos da poesia
eu lembro do passado que sussurra
eu sonho com o futuro de candura
Sinto a brisa me trazendo versos
sinto vontade do beijo teu
escrevo por não poder falar
e assisto você a todo instante
não acredito em culpados
acredito no cair da noite
acredito no raiar do dia
Acredito no amor
nos seus olhos
queria pedir uma nova chance
sem saber o que de errado eu fiz
De joelhos oro versos por você
De joelhos sonho com um novo dia
Em silêncio sou sua poesia!
Larissa Fadel-
UM AMOR SEM FALSIDADE
Um amor sentido na raiz
E nesta arte de sentir
Possa dizer que é feliz
Um turbilhão de emoções
Perfumado, ouvido e tocado
E neste molde de expressões
Possa deixar algo relatado
Ah! quem há de exprimir
Um amor semeado e plantado
Diferente razão de sentir
Da dor, da saudade em recado
O pensamento ferve na idéia leve
Cativando segredos e intenções
Mas o amor verdadeiro é como a neve
A derreter nos mais frios corações
Decimar Biagini
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
VOCÊ COM VOCÊ
Criam realidade
São só momentos
De pura qualidade
Faça experimentos
Descubra sua verdade
Reflita seus medos
Faça auto-caridade
Decimar Biagini
domingo, 26 de setembro de 2010
RESSENTIMENTOS
Pois vergonha e lágrimas
Fazem desse mundo o inferno
Que se proponha o virar das páginas
E saia fecundo o existencial inverno
Que se aprenda com as obras erradas
E caia o profundo mal eterno
E que se renda o abraçar nas guerreadas
Esse arremesso em queda livre
Que hoje denominamos de vida
É o recomeço que não tive
E que hoje proclamamos de acolhida
Venha cá, meu irmão, me dê o abraço
Que a passagem neste chão é tempo escasso
Decimar Biagini
A MORTE E O FOCO DO POETA
Registrei em poesia e soneto
Ou na trova que improvisei
Desde o fogo do primeiro beijo
Até o sonho de ser amigo do rei
O poeta é altivo pecador sereno
Que quando não relata inventa
O leitor degusta o copo de veneno
Em cada rima que ele experimenta
Na sonoridade de um recital
Ou nas lágrimas de um pajador
Linhos revolvidos no surreal
Na febre das páginas do amor
Na languidez do abraço poético
Nos dedos e olhos do escandir
Tudo que eu desejei foi profético
Até na despretensão do meu sentir
Agora vou embora deste plano
Deixarei de sonhar o que não vejo
E de relatar este mundo de engano
E tua leitura será meu último desejo
Daí irei descansar no eterno sono
Decimar Biagini
A PRÁTICA E O FOCO DO POETA
Registrei em poesia e soneto
Ou na trova que improvisei
Desde o fogo do primeiro beijo
Até o sonho de ser amigo do rei
O poeta é altivo pecador sereno
Que quando não relata inventa
O leitor degusta o copo de veneno
Em cada rima que ele experimenta
Na sonoridade de um recital
Ou nas lágrimas de um pajador
Linhos revolvidos no surreal
Na febre das páginas do amor
Na languidez do abraço poético
Nos dedos e olhos do escandir
Tudo que eu desejei foi profético
Até na despretensão do meu sentir
Decimar Biagini
sábado, 25 de setembro de 2010
VESTIDA DE POESIA
Surgiu a Musa na porta do poema
Estava vestida de poesia
A noite caiu, leve como uma pena
E sua investida rendeu alegria
A amplitude de minha íris
Desenrolava no gozo da loucura
Caminhávamos entre lírios
Ouvindo cânticos de ternura
De repente acordei, lúgubre
Inquieto e sozinho na erma noite
Ao menos lá fui rei, agora fúnebre
Enterro meu sonho, triste e afoito
Decimar Biagini
sábado, 18 de setembro de 2010
QUANDO EU PARTIR
Deixarei algo de mim
E não será o meu fim
Quero ver a Musa sorrir
Como um anjo querubim
Acalmá-la no seu sentir
E explicar por que vim
E agora estou a ir
Quando eu partir
Deixarei a semente do amor
E o coração ao se abrir
Será comovente em seu torpor
Vou ali, querida Musa
E volto já, caso queira Deus
Por isso meu poema abusa
Indo embora sem dizer adeus
Pois logo logo a gente se cruza
Em caminhos meus e seus
Decimar Biagini
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
SONETO PRESO E TRAUMÁTICO
Na fraqueza de minha limitação
Procurei dar nome ao universo
Na sutiliza de minha ambição
No auto-descobrimento infesto
Na poesia presa pela indecisão
No meu desenvolvimento inverso
Na ironia da poética regressão
Cronicamente deprimido e quieto
Sem guia ou dialética direção
Criticamente emudecido em protesto
Na agonia da patética projeção
Eu andei pelo caminho que detesto
Na idolatria da profética frustração
Decimar Biagini
O FALSO SONETO LIVRE
Sem que custe a medalha
É triunfante prosperar
Sem o corte da navalha
O resultado a procurar
Sem que a vida se valha
Do frustrado ao se enganar
Em um fogo na fraca palha
Mesmo algo tão pequeno
Na fraqueza capaz de chorar
É um soneto tão terreno
Incapaz de me consolar
Sem ser livre ou ser pleno
Em quatorze versos a trilhar
Decimar Biagini
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
O SURGIMENTO DA POESIA
Fruto da necessidade de comunicação
entre elementos da alma que não cala
Produto da oralidade e da contemplação
O poeta recita a alma nas salas
insinua a linguagem enamorada
em versos embecados de gala
cria mundos no alicerce do nada
Das narrativas primitivas surgiu o ritmo
que é a sonoridade da palavra já cantada
ou simplesmente o rimar no aspecto lírico
Os versos decantados ganharam asas
do aço diluído na palavra revelada
e vida capturada em contexto estilístico.
Decimar Biagini & Wasil Sacharuk
domingo, 12 de setembro de 2010
O ÙLTIMO POEMA
Não consegui libertar o meu eu
E não vi só felicidade no amor
Nem nas rimas que o insight teceu
As “vítimas” de meus poemas
Assim são definidas por que deixaram
se levar por melodias serenas
e verdades sabidas que se moldaram
Nessa minha última escritura
Mais uma leitura aos que me interpretaram
De um poeta sem conjectura
De poesia pura aos que me acompanharam
Onde se uniu a existencial lonjura
Entre os que sozinhos nelas se identificaram
e decidiram tomar partido da leitura
Dando novo sentido e alcance
Direi que muito valeu a pena
Mas, infelizmente, não terei nova chance
Pois sepulto aqui, meu último poema
Decimar Biagini
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
CIRANDA
CIRANDA DA VIDA
Hoje eu queria sair da ciranda da vida
E brincar no carrossel do parque.
Tomar a taça da mais doce bebida
E do vento suave, sentir o toque.
Hoje, mas não seria sempre, eu quero o infinito
E um monte de coisas desencontradas,
Todas só pressentidas, mas parte de um sonho lindo,
Que me faz sonhar com estradas abertas
Em direção a novos horizontes.
Viagem que sei repleta de sustos,
Medos e ansiadas possibilidades,
Que vêm me assaltar a imaginação,
Antes quieta e segura dentre muros,
Agora, já não cabendo nos limites do coração.
- por JL Semeador, em 16/08/2010, sobre dois versos "roubados" à Poeta Larissa Fadel -
domingo, 5 de setembro de 2010
NUM PISCAR DE OLHOS
Segredos no mar,
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
Paixão distante,
Amor andante,
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
A esperança tem o
verde das matas,
A paz tem o
branco das natas,
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
Uma canção que evade do coração,
Uma antologia que penetra com emoção.
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
Ontem amei;
Hoje amo;
Amanhã amarei;
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
Feliz o que aproveita o presente,
Infeliz o que passa insipiente,
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
A vida um estigma,
A morte um enigma,
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
Grã mãe Terra que sustenta
com plenitude aos Seres.
Grã irmão Sol
que aquece aos Seres.
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
A vida seguindo o ciclo da flor,
Desabrocha,
Enobrecendo a todos,
Começa a murchar,
Deixando o rastro do cansaço da matéria.
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
Homem ser insignificante,
Homem ser brilhante,
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
Deus o mistério,
Deus o majestático,
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
Mundo do pobre,
Mundo do nobre,
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
Ontem a criança inocente,
Hoje o adolescente indecente,
Amanha o adulto experiente,
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
Nobre Vida,
Infame Morte,
Tudo vai acontecendo
num piscar de olhos;
METEOROLOGIA DA ALMA
Toma-se obscura
As nuvens calmas
Tornam-se escuras
Vago em nevoas
Magoas,trevas
Tempestade interna
Cores ébrias
Lagrimas ácidas
E quando triste cessa
Só orvalho resta
Da meteorologia da alma
POEMA TRISTE???
Sem caminho e direção,
E tudo que aqui sentirdes,
Mais sentiu, um coração.
A poesia flui sem sorte,
Na alma esculpida,
Poema da morte,
Em vida...
Aqui têm voz e trombeta,
Sofredores e moribundos,
Todos que estão na sarjeta,
Sem esperanças no mundo.
Escrevo versos tortos,
Muito aquém do elixir.
Escrevo para os mortos,
Que esqueceram de cair.
Para quem se permite viver,
Apesar dos transtornos,
Para o desconhecido prazer,
Para o amor sem retorno.
Este é um poema triste?
São só palavras sem ação,
A tristeza só existe,
Se triste ficardes então.
A dor está nos olhos de quem lê.
SIMPATIA...SALVE, SALVE!!!!
Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.
Simpatia - são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas cerejeiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.
São duas almas bem gêmeas
Que riem o mesmo riso
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes.
Ou dois poemas iguais.
MINHA LUA
Feliz estando longe de nós.
Simplesmente observando, ou sendo observado.
Distante das barbáries desse mundo atroz.
Bem-aventurada por não teres habitantes,
Faz-me astronauta viajando em tua cor,
Cria em mim as forças para o suportar da dor,
Dá-me teu amor e aumenta as minhas chances.
Ser feliz um dia, quem sabe no teu solo.
Viver em fantasia, deitado no teu colo.
Ter tua companhia, sempre do meu lado.
Ter a calmaria, talvez em outro plano.
Sentir a maresia, à beira do oceano.
Ouvir tua melodia, no silêncio camuflado.
sábado, 4 de setembro de 2010
SONDA
Abano a cauda da poesia no olhar de um leitor
Com liberdade em retratar os sentimentos
Lanço a fralda da alegria no chorar sem ter dor
Com verdade nua e crua, faço os momentos
E compenso a nostalgia de ser mais um ator
Com saudade da harmonia no isolamento
Agradeço a oportunidade sem nenhum rancor
No entanto, algo dói dentro de mim, o vazio
Alguns ossos tremem debaixo da pele em torpor
E, em pranto, amargo do centro ao fim em desafio
Ao redor do fogo, fico esperando um gesto gentil
Mas das chamas louras vejo que foi morto o calor
E sobe na pele, traço riscado, o doce arrepio
Decimar Biagini e Dhenova
O QUE ME ANIMA?
É ler na poesia
A a voz que ensina
com sonoridade e alegria
Ensaístas e filósofos
Na idéia que se preconiza
Imitavam a natureza
Sem enterrar os ossos
Para onde vamos
Quais os primórdios
Que fim levamos
São nossos ópios
Fragmentados em planos
De linguísticos colóquios
Decimar Biagini
PONTO FINAL
De um ser em descoberta
Levam dúbias verdades
Sem que haja poesia certa
O poeta é contradizente
Pela escuza da sua verve
Completa o vácuo na mente
E ao leitor atento ele serve
Filosófica, épica, dramática
Mitogênica, coreográfica
Cosmogônica ou plástica
Nesta conceituação gráfica
Sua escrita jamais é igual
Pois tramita sem ponto final
Decimar Biagini
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Gmail - Espero que leia o texto: http://www.pensador.info/frase/Mjc2Mzg1/ - bacellarsergio@gmail.com
Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro 'me acho, me agacho, fico ali'.
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de 'amigo' e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!
– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
FALTA OU SOBRA?
Da injustiça festejada
Por úteis imbecilidades
Da preguiça sentenciada
Liminares não concedidas
Por excesso de perquirição
A fulminar algumas vidas
Sedentas por medicação
São juízas mal resolvidas
E juizes com parca visão
Medidas recursais desprovidas
Bloqueio da ampla jurisdição
Sem custas não são conhecidas
Mais uma morte sem redenção
Decimar Biagini
sábado, 21 de agosto de 2010
CERNE

POR VEZES INCOMPREENDIDO
EM QUE A BRISA MATINAL
OFUSCA O REI SOL SEM MOTIVO
LÁ SE INSINUA O SURREAL
É QUANDO O POEMA ESTÁ ALTIVO
AO VERSEJAR SEM FINAL
EM CADA TRONCO DISTORCIDO
NUM REVELAR SEM IGUAL
ASSIM É O POETA DESPREOCUPADO
QUE TEM PRESSA NAS ESCOLHAS
DE PERFUME SENIL E AMADEIRADO
PALAVRAS ESCOLHIDAS NO CERNE
NUM INSIGHT COM SEIVA DE VIDA
PROJEÇÃO DE SOMBRA SEM EPIDERME
CUJA CASCA LEVA A RAIZ ESCANDIDA
DECIMAR BIAGINI
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
MANACIAIS DE CONTEMPLAÇÃO
Namoramos nas estrelas
Escrevemos um pergaminho
Completamos frases belas
Ah! Nós os tão sonhadores
Nos matamos tão devagarzinho
Vítimas de nossas próprias dores
Algozes de nosso mútuo carinho
Incorrigíveis, de variáveis humores
Velozes na cognição após o vinho
Tão incríveis, alunos e professores
Vozes de divagação num só alinho
Neste jantar com salmão fomos atores
No tecer da pura seda e nobre linho
A contemplar o coração de sucessores
A esquecer da amargura com desatino
Decimar Biagini
O SONHO

Acordei com um fragmento de meu sonho raro
Que encheu de luz o momento de meu calvário
Muitas vezes, ao negar-me o prazer do sono
Estava Deus, Jesus, no manto de um escapulário
Muitos meses, ao tentar me dizer de plano
Que o corpo é uma harpa de minha alma
Lóbulos meus, conduziam pranto perdulário
Ingleses, ao explicar em científico engano
Acham pouco, uma farpa que não traz calma
E os ateus, no leito de morte chamam seu dono
E o louco, fala com seres de luz sem trauma
Se é Deus, o pleito é forte, então eu o chamo
Decimar Biagini
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
QUANDO A POESIA ACORDA SEM SONO
E, no entanto, esperou pela manhã
E sorria a sonhar adormecida em açoite
E em pranto, implorou por chibata sã
Decerto a poesia deve apanhar do poeta
Para que aprenda quem é seu nono dan
Decerto há ironia na surra incompleta
Para que se renda o dono frente à cortesã
Então que a poesia logo se desperta
Para que a luz surpreenda a frase irmã
E o vão da idolatria já sem descoberta
Ampara e seduz o poeta pela manhã
E nessa página se amplia obra incerta
Prepara e produz completa alma anciã
Decimar Biagini
terça-feira, 17 de agosto de 2010
A LINGUÍSTICA E A ESSÊNCIA
Cuja tese central sou eu mesmo
É meu lúdico mal e lenitivo
Contradição natural que versejo
Entre um gole e outro de amargura
Cujo gotejar de lágrimas no cerne
É um misto de revolta e ternura
É o aproximar das ilhas sem leme
Decerto que ser poeta é navegar
Sem mapa por águas desconhecidas
Tão perto que acarreta ao observar
Um karma de mágoas despercebidas
Aberto em sua meta ao versejar
O magna escorre pelas poesias vividas
Decimar Biagini
A VÁLVULA DE ...
Do mundo convencional
O poeta enxuga
A lágrima surreal
Poeta não muda
O verso é sempre igual
O poema que o acuda
Nesta lingüística desleal
Decimar Biagini
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
bem curtinha...
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
FOI E SERÁ
Como o cálice sagrado escondido
Como a mulher que não havia tido
Ela era o álibi para o crime concebido
Ela era o pretexto ainda não escolhido
Não era qualquer sentimento conhecido
Ela era o contexto de um poema vivido
Venha o que vier, ela será o amor sentido
Decimar Biagini
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
SONETO LIVRE AO ESQUI DA VIDA
Amante das alturas intangíveis
Espia por vales e nevascas do amor
Mandante das solturas em declives
Esquia por males no Alaska sem temor
Como poderia estar tão perto, tão perto
Ao passo que a liberdade se distancia
E sua alegria ficar decerto no deserto
No vazio de sua verdade, desde a infância
Na solidão de sua contraditada alma
Sofre e se diverte, no frio da existência
E o coração da alma lavada, em trauma
Se perde e se reverte, no vazio da vivência
E a murmuração versejada a lhe trazer calma
Se despede na verve, no vácuo da sapiência
Decimar Biagini
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
O SENTIDO E O ALCANCE DO SONETO LIVRE
Se o poeta tivesse o dom da clarividência
Adivinharia por onde percorreria o leitor
Mas o verso lido, seria mera coincidência
Que limitaria e compartilharia uma só dor
A leitura viraria sentimento ou sapiência
O poeta então poderia ser taxado de ator
Loucura sem sofrimento e sem vivência
Incompleta então seria sua arte sem amor
Eis que não surgiria a faceta ideal e saborosa
Sua mentira não enalteceria nobres emoções
E não se extinguiria todo o mau na sua prosa
Em suma, tanto o leitor quanto o puro poeta
Devem ser pegos com os olhos encantados
Só assim, com mútuo amor, a obra se completa
Decimar Biagini
domingo, 8 de agosto de 2010
JANTAR SEM TI
A rota de meu desatino
Surge num relampejo
A solidão que lastimo
Cada vôo em saudade
Que ao amar me imagino
Cessa pela ansiedade
No verso que eu arrimo
Cada poema de verdade
Cuja poesia fica presa
Fica no peito que arde
Uma frustrante tristeza
Agora já é muito tarde
Melhor recolher a mesa
Decimar Biagini
PAI
Tu que contempla a eternidade
Talvez nunca tenha refletido
O que é ser pai na pura verdade
Talvez o tempo fez-te esquecido
Tu que andas beirando o infinito
Ao ver teus filhos na mesa farta
Talvez não aches este poema bonito
Em retrospectivas que a vida descarta
Vim lembrar-te da tua importância
Para que possas parar o vagão do tempo
E nesse desencarrilhar lá da infância
Haja uma reflexão em teu pensamento
Homem simples, sem muita ganância
Cujo coração pulsa o sangue de meu alento
Decimar Biagini
sábado, 7 de agosto de 2010
Assim...
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
O ÚLTIMO VÔO LIVRE

O ÚLTIMO VÔO LIVRE
Eu percorri algumas linhas
Até encontrar um afago
E morri nas agruras minhas
Ao deslizar pelo abismo vago
Na queda livre avistei algo
Que não resolvi na infância
E a angústia que já não amargo
Diluiu-se em pura sapiência
Pena que não tive tempo
Era tarde demais para viver
E num último pensamento
Chorei antes de morrer
Decimar Biagini
Cid Cândido de Oliveira - Eremita Urbano - Marilia - SP
Marilia, 06 de agosto de 2010.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
O TEATRO DA EXISTÊNCIA

Participo de uma peça
Cujo ensaio
Não é uma promessa
De soslaio
Na cortina que fecha
Nem mesmo a curvatura
Do artista aplaudido
Nem mesmo a fissura
Do viciado ou bandido
Que rouba sem lisura
O mocinho tão querido
Nem mesmo a escritura
De um roteiro empreendido
Pelo artista que procura
Decorar ligeiro e jaz esquecido
Na entrevista sem cultura
De um entrevero sortido
De jornalistas em tortura
Participo de uma peça
Cujo ensaio
Não é uma promessa
De soslaio
Na cortina que fecha
Essa peça, é a vida
Um trem de partida
Em trilha desconhecida
Em cartaz já batido
Da filosofia desprovida
De responder o finito
À platéia entretida
Decimar Biagini
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Gmail - Fwd: 20 Dicas para o Sucesso - bacellarsergio@gmail.com
sábado, 31 de julho de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
INTANGÍVEL
Sonho com o durante...
Acordo antes que...
E a vida passa depois que...
Decimar Biagini 30/07/2010
Um dia antes do seu aniversário
terça-feira, 27 de julho de 2010
OLVIDO

Eu bem que tentei descansar
Com inflamação na polpa do dente
Maldita hora que foi inflamar
Bem na hora que dormiria silente
Eu bem que tentei descansar
Mas a flora da raiz apodreceria o dente
Bendita senhora que pode operar
A extração me poupa com medida urgente
Agora sim, posso dormir tranqüilo
Banguela, mas podendo em paz sonhar
Para mim, o osso ao extrair foi aquilo
Ou aquela, dor morrendo ao retirar
Decimar Biagini
segunda-feira, 26 de julho de 2010
POESIA TUA
POESIA TUA
Em quantas madrugadas deixei meu coração
Em noites mal julgadas corria minha mão
Pedaço de papel
Tinta no pincel
Poesia em noite fria
Acordes de fantasia
Umas na esquina, outras no porão
Julguei ser plena e pura inspiração
Sem ao menos pensar trilha o caminho a minha mão
Caminhos existentes na memória, no passado
Caminhos percorridos no presente
Caminhos jurados no futuro
Efêmeros, julgados, doce, amargo
Poesia permanente
Letra e dádiva do querer
Palavras soltas me convém
Só por não querer nem ver
A poesia brota em véus
Esquecidas ficam a lamentar
Por que se foi, pra onde foi?
Poesia é lamentar?
Não pretendo criar rimas nesse dia de lua
Só me vem no pensamento se suporto alguma ausência tua
Não quero estrelas a cair no meu recanto
Só quero meu canto
Numa beirada de lago
Numa encosta de pedra
Numa paixão , num encontro
Hoje não quero o sol
Fico na rua da história
Fico na noite de sereno
Um dia ...
Cantarei seus versos
Os versos não são meus
A poesia foge da memória pro papel
A poesia é tua
Não é de ler
Não é de admirar
É só sua
De sentir
E de me fazer calar!
Larissa Fadel 26 de julho de 2010-23:59