NÁUSEA
SEMPRE PENSEI QUE A POESIA FOSSE DE OURO OU DE PRATA
TALVEZ ATÉ, MAS POUCAS VEZES, DE BRONZE
PORQUE NA MINHA MENTE INOCENTE
POESIA SEMPRE FOI O MAIS RICO DOS SONHOS
ENTÃO, ABRIRAM UMA PORTA ENORME EM MIM
A PORTA DO MEU INCONSCIENTE
E ALI, A POESIA ERA PODRE, DEFEITUOSA, FEBRIL
E NÃO TINHA NEM DE PERTO OURO OU PRATA
COM ESSA POESIA FEBRIL
AINDA ESCREVI VERSOS DOENTES
VOMITAVA A PODRIDÃO DO MUNDO
E SENTIA AS MAIS TERRÍVEIS DORES EM CADA LINHA
QUANTO MAIS AMARGA FICAVA MINHA BOCA
MAIS PALAVRAS ERAM ESCRITAS PELA MINHA MÃO
QUANTO MAIS MEU ESTÔMAGO SE REVIRAVA EM DORES AGUDAS
MAIS VIA COM CLAREZA QUE POESIA PODE RETRATAR A PODRIDÃO
POESIA É A MAIS PURA DOR
POESIA É A MORTE PRECOCE
POESIA É O VERSO DOS MORTOS QUE AINDA VIVEM
E EU ESTOU AQUI, ESCREVENDO POESIAS
MEU CORPO, HOJE FRACO, RETRATA AGORA TODA A FEBRE DA HUMANIDADE
AI DE VÓS! GENTE FEBRIL! ONDE O CIGARRO INVADE TUA RESPIRAÇÃO!
ONDE O PRAZER EFÊMERO ENTOPE SEU CORAÇÃO
ONDE O PÓ, BRANCO COMO VÉU DE NOIVA, DESTRÓI SEUS NEURÔNIOS E SUA VISÃO
ONDE SUA MENTE JÁ ESTÁ TOMADA DE TODA ESSA SOLIDÃO!
AI DE VÓS, GENTE INFELIZ! QUE CONHECE TODO O PECADO DESSE MUNDO E SE ENTOPE DE PRAZERES EFÊMEROS ONDE A MORTE PODE TE AVISTAR DA PRIMEIRA ESQUINA, NUM PRIMEIRO OLHAR
AI DE VÓS, QUE ENTOPEM O MUNDO COM O VÍCIO DA INTOLERÂNCIA E DA MALDADE, QUE MALTRATAM VÓS MESMOS COM A IGNORÂNCIA DA DEPRESSÃO!
JÁ OLHAI OS QUE TEM FOME?
JÁ OLHAI OS QUE TEM SEDE?
FERIDAS NASCEM POR TODA PARTE SEM QUE ELES QUEIRAM, POIS AINDA TEM GENTE QUE LUTA PRA VIVER!
E VÓS? QUE PLANTAM FERIDAS NA MENTE E TEM A MESA FARTA NO JANTAR!
E VÓS? QUE SUSTENTAM A FUMAÇA DA DESGRAÇA NO PRÓPRIO CORPO E TENDES A ÁGUA MAIS LIMPA PARA BEBER!
SOIS VÓS OS FAMINTOS
SOIS VÓS OS SEDENTOS
SOIS VÓS OS IMUNDOS QUE FREQUENTAM A FALSA LIMPEZA DA HUMANIDADE
SOIS SUJOS E JÁ VOMITO POR VÓS
MINHA CURA ESTÁ NA CURA DA HUMANIDADE, POR ISSO ESPERO MINHA MORTE
NADA MAIS CONSEGUE TAMPAR MEUS OLHOS E OUVIDOS
ENXERGO COM CLAREZA, PORQUE PREFIRO SER UM BICHO SELVAGEM, A SER UM HOMEM DITO RACIONAL
O SANGUE ESCORRE PELAS MINHAS MÃOS ONDE ESCREVO OS VERSOS
A VIDA SE FINDOU E VOCÊ SEQUER SE VIU NO ESPELHO
A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE ESCORRE PELOS MEUS OLHOS, CAI NO MEU BRAÇO, ESCORREGA LENTAMENTE ATÉ CHEGAR NOS MEUS DEDOS
PERCEBO QUE JÁ NÃO ESCREVO VERSOS
ERGO MINHA CABEÇA CANSADA PARA O CÉU NA ESPERANÇA DE ENCONTRAR DEUS
MAS SÓ VEJO NUVENS ESPARSAS E UM INFINITO CINZENTO
NÃO FAÇO NENHUMA PRECE, NÃO TENHO NENHUMA PROMESSA
SÓ O QUE TENHO É O ESTÔMAGO REVIRADO QUE VOMITA TODA MISÉRIA
MAIS UMA VEZ OLHO PARA O CÉU, DESTA VEZ NA ESPERANÇA DE ENCONTRAR UMA RAZÃO
ENTÃO VEJO QUE NÃO HÁ MAIS NUVENS E QUE O INFINITO SE TORNOU AZUL
SINTO NO CORPO UM LENTO CALOR DE COR DOURADA
MEUS LÁBIOS OPACOS ESBOÇAM UM SORRISO DE QUE A POESIA PODE SER DE NOVO DE OURO E PRATA!
ABRO MEUS OLHOS, ESTÁ ESCURO LÁ FORA
A LUZ DO QUARTO ACESA ME RETORNA À REALIDADE
LEVANTO LENTAMENTE E VOMITO O SONHO PERDIDO
A DOR QUE AINDA SINTO
POESIA DE OURO E PRATA?
SÓ PARA AQUELES QUE MORRERÃO DE FOME E DE SEDE!
Larissa 00:29 02 de dezembro de 2007
SEMPRE PENSEI QUE A POESIA FOSSE DE OURO OU DE PRATA
TALVEZ ATÉ, MAS POUCAS VEZES, DE BRONZE
PORQUE NA MINHA MENTE INOCENTE
POESIA SEMPRE FOI O MAIS RICO DOS SONHOS
ENTÃO, ABRIRAM UMA PORTA ENORME EM MIM
A PORTA DO MEU INCONSCIENTE
E ALI, A POESIA ERA PODRE, DEFEITUOSA, FEBRIL
E NÃO TINHA NEM DE PERTO OURO OU PRATA
COM ESSA POESIA FEBRIL
AINDA ESCREVI VERSOS DOENTES
VOMITAVA A PODRIDÃO DO MUNDO
E SENTIA AS MAIS TERRÍVEIS DORES EM CADA LINHA
QUANTO MAIS AMARGA FICAVA MINHA BOCA
MAIS PALAVRAS ERAM ESCRITAS PELA MINHA MÃO
QUANTO MAIS MEU ESTÔMAGO SE REVIRAVA EM DORES AGUDAS
MAIS VIA COM CLAREZA QUE POESIA PODE RETRATAR A PODRIDÃO
POESIA É A MAIS PURA DOR
POESIA É A MORTE PRECOCE
POESIA É O VERSO DOS MORTOS QUE AINDA VIVEM
E EU ESTOU AQUI, ESCREVENDO POESIAS
MEU CORPO, HOJE FRACO, RETRATA AGORA TODA A FEBRE DA HUMANIDADE
AI DE VÓS! GENTE FEBRIL! ONDE O CIGARRO INVADE TUA RESPIRAÇÃO!
ONDE O PRAZER EFÊMERO ENTOPE SEU CORAÇÃO
ONDE O PÓ, BRANCO COMO VÉU DE NOIVA, DESTRÓI SEUS NEURÔNIOS E SUA VISÃO
ONDE SUA MENTE JÁ ESTÁ TOMADA DE TODA ESSA SOLIDÃO!
AI DE VÓS, GENTE INFELIZ! QUE CONHECE TODO O PECADO DESSE MUNDO E SE ENTOPE DE PRAZERES EFÊMEROS ONDE A MORTE PODE TE AVISTAR DA PRIMEIRA ESQUINA, NUM PRIMEIRO OLHAR
AI DE VÓS, QUE ENTOPEM O MUNDO COM O VÍCIO DA INTOLERÂNCIA E DA MALDADE, QUE MALTRATAM VÓS MESMOS COM A IGNORÂNCIA DA DEPRESSÃO!
JÁ OLHAI OS QUE TEM FOME?
JÁ OLHAI OS QUE TEM SEDE?
FERIDAS NASCEM POR TODA PARTE SEM QUE ELES QUEIRAM, POIS AINDA TEM GENTE QUE LUTA PRA VIVER!
E VÓS? QUE PLANTAM FERIDAS NA MENTE E TEM A MESA FARTA NO JANTAR!
E VÓS? QUE SUSTENTAM A FUMAÇA DA DESGRAÇA NO PRÓPRIO CORPO E TENDES A ÁGUA MAIS LIMPA PARA BEBER!
SOIS VÓS OS FAMINTOS
SOIS VÓS OS SEDENTOS
SOIS VÓS OS IMUNDOS QUE FREQUENTAM A FALSA LIMPEZA DA HUMANIDADE
SOIS SUJOS E JÁ VOMITO POR VÓS
MINHA CURA ESTÁ NA CURA DA HUMANIDADE, POR ISSO ESPERO MINHA MORTE
NADA MAIS CONSEGUE TAMPAR MEUS OLHOS E OUVIDOS
ENXERGO COM CLAREZA, PORQUE PREFIRO SER UM BICHO SELVAGEM, A SER UM HOMEM DITO RACIONAL
O SANGUE ESCORRE PELAS MINHAS MÃOS ONDE ESCREVO OS VERSOS
A VIDA SE FINDOU E VOCÊ SEQUER SE VIU NO ESPELHO
A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE ESCORRE PELOS MEUS OLHOS, CAI NO MEU BRAÇO, ESCORREGA LENTAMENTE ATÉ CHEGAR NOS MEUS DEDOS
PERCEBO QUE JÁ NÃO ESCREVO VERSOS
ERGO MINHA CABEÇA CANSADA PARA O CÉU NA ESPERANÇA DE ENCONTRAR DEUS
MAS SÓ VEJO NUVENS ESPARSAS E UM INFINITO CINZENTO
NÃO FAÇO NENHUMA PRECE, NÃO TENHO NENHUMA PROMESSA
SÓ O QUE TENHO É O ESTÔMAGO REVIRADO QUE VOMITA TODA MISÉRIA
MAIS UMA VEZ OLHO PARA O CÉU, DESTA VEZ NA ESPERANÇA DE ENCONTRAR UMA RAZÃO
ENTÃO VEJO QUE NÃO HÁ MAIS NUVENS E QUE O INFINITO SE TORNOU AZUL
SINTO NO CORPO UM LENTO CALOR DE COR DOURADA
MEUS LÁBIOS OPACOS ESBOÇAM UM SORRISO DE QUE A POESIA PODE SER DE NOVO DE OURO E PRATA!
ABRO MEUS OLHOS, ESTÁ ESCURO LÁ FORA
A LUZ DO QUARTO ACESA ME RETORNA À REALIDADE
LEVANTO LENTAMENTE E VOMITO O SONHO PERDIDO
A DOR QUE AINDA SINTO
POESIA DE OURO E PRATA?
SÓ PARA AQUELES QUE MORRERÃO DE FOME E DE SEDE!
Larissa 00:29 02 de dezembro de 2007
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" a lição sabemos de cor, só nos resta aprender!"
Larissa